O Divórcio no Islã

O divórcio no Islã é considerado uma das últimas soluções às quais o casal recorre quando a convivência se torna impossível e a continuidade da vida conjugal de forma saudável se complica. Embora o Islã permita o divórcio, ele é descrito como “a mais detestada das permissões aos olhos de Deus”, indicando que não deve ser feito de forma precipitada, e que todas as tentativas de reconciliação devem ser esgotadas antes da decisão.

“Causas do Divórcio no Islã”

As causas do divórcio são variadas, incluindo:

* Falta de entendimento ou harmonia entre os cônjuges;

* Infidelidade conjugal ou negligência recorrente;

* Violência doméstica ou abuso físico e psicológico;

* Problemas financeiros ou interferência excessiva dos familiares;

* Falta de responsabilidade de uma das partes.

“Tipos de Divórcio no Islã”

Os estudiosos islâmicos dividem o divórcio em diferentes tipos:

* Divórcio revogável (Talaq Raj‘i): o marido pode reconcilia-se com a esposa durante o período de espera (‘iddah), sem necessidade de novo contrato;

* Divórcio irrevogável menor (Baynuna Sughra): o marido só pode retornar à esposa com novo contrato e dote;

* Divórcio irrevogável maior (Baynuna Kubra): a mulher não pode voltar para o marido, a menos que se case com outro homem em um casamento legítimo e depois se divorcie.

“Condições para um Divórcio Válido no Islã”

Para que o divórcio seja válido, devem ser observadas as seguintes condições:

1. O marido deve estar em plena consciência, ser adulto e agir por vontade própria;

2. O divórcio deve ser proferido com palavras claras ou indiretas com intenção de divórcio;

3. A esposa deve estar num período de pureza (não menstruada) em que não houve relação sexual, ou estar grávida.

Período de Espera (‘Iddah) após o Divórcio

O ‘iddah é o período que a mulher deve esperar antes de poder se casar novamente:

* Três ciclos menstruais para a mulher não grávida;

* Até o parto para a mulher grávida;

* Três meses para aquelas que não menstruam.

“Impacto do Divórcio na Família e na Sociedade”

O divórcio pode afetar profundamente a saúde emocional dos filhos e causar desordem familiar e social se não for tratado com sabedoria. Por isso, o Islã incentiva a paciência, o perdão e o diálogo, instituindo um sistema de reconciliação antes do divórcio, como está no Alcorão:

“E se temerdes desavença entre ambos, nomeai um árbitro da família dele e um da família dela.” (An-Nisa: 35)

Conclusão

O divórcio no Islã não é um objetivo, mas uma solução de emergência quando todas as possibilidades de reconciliação se esgotam. Deus o permitiu para proteger a dignidade e a alma humana, estabelecendo regras rigorosas para preservar os direitos do homem, da mulher e dos filhos. Por isso, cada parte deve refletir com seriedade antes de tomar uma decisão tão profunda, dada sua repercussão psicológica, social e econômica.

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